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Mostrando postagens de abril, 2014

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena - V

Parte V DEUS PAI: Recordei tudo isto, filha querida, para que possas chorar ao ver a cidade da alma em tão grave situação, a fim de que sintas o mal que entra no homem pela porta principal da vontade. Entretanto, como disse antes, não permito que os males entrem livremente no homem pela vontade, mas podem fazê-lo pelas outras faculdades. Assim consinto que a inteligência seja invadida por pensamentos ruins, que a memória pareça esquecer de Mim, que todos os sentidos se vejam sacudidos por lutas diversas. Tudo isto, porém, não produz morte à alma. De Minha parte não quero tal morte; só mesmo se a pessoa a quiser, livremente. Todas essas sensações ficam na periferia da cidade da alma, não penetram em seu interior. A menos, repito, que a pessoa o queira. Qual é o motivo que deixo o homem cercado por tantos inimigos? Certamente, não para que perca a graça; mas para que veja quanto Sou misericordioso. Quero que confie em Mim, não em si mesmo; que se refugie em Mim e não seja negligente. Sou

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena - IV

Parte IV DEUS PAI: No batismo a luz da fé vos é dada na força do Sangue do Meu Filho. Associada à luz da razão ela vos alcança a vida para a verdade. Esta iluminação revela ao homem a transitoriedade das realidades terrenas, que passam como o vento. Tal atitude supõe todavia, que tenhais consciência da própria fraqueza, tão inclinada a rebelar-se, já que existe nos vossos membros uma lei perversa (Rm 7,23), que vos leva a revoltar-vos contra Mim, vosso Criador. Tal "lei" não obriga ninguém a pecar contra sua vontade, todavia combate contra o espírito. Permiti semelhante lei, não para serdes vencidos, mas a fim de provar vossas virtudes. É nas situações adversas que às virtudes são experimentadas. A sensualidade opõe-se ao espírito; é através dela que o homem comprova seu amor por Mim, o Criador, opondo-se às suas tendências derrotando-as. Quis Eu ainda essa perversa lei para que o homem fosse humilde. De si mesma, a sensualidade não conduz ninguém ao pecado, mas induz ao reco

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena - III

Parte III DEUS PAI: No JUÍZO PARTICUIAR, no instante final, quando a pessoa compreende que não pode fugir das Minhas Mãos recupera a visão que a atormenta interiormente fazendo-a ver que por própria culpa chegou a tão triste situação. Se o pecador se deixar iluminar e se arrepender, não por medo dos castigos infernais, mas por ter ofendido a Suma e Eterna Bondade, AINDA SERÁ PERDOADO. Mas, se ultrapassar o momento da morte nas trevas, no remorso, sem esperança no Sangue, ou então, lamentando-se apenas pela infelicidade em que se acha - e não por ter Me ofendido - irá para a perdição. Sobrevirá pois, a repreensão pela injustiça e falso julgamento. Em primeiro lugar a repreensão da injustiça e do julgamento falso em geral, praticados no conjunto de suas ações, durante a vida; depois, em particular, do último instante quando o pecador considera seu pecado maior que a Minha misericórdia. Este (Mt, 12,32) é o pecado que não será perdoado, nem aqui nem no além. O desprezo voluntário da Minha

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena - II

Parte II DEUS PAI Muito já Me devia a humanidade. Dera-lhe o ser, ao criar o homem a Minha imagem e semelhança. Então ele possuía a obrigação de dar-Me glória. Recusou-se a fazê-lo, glorificou-se a si mesmo, não aceitou a obediência por Mim imposta, tornou-se Meu inimigo. Então, com humilhação destruí sua soberba. Humilhei-Me (em Cristo), assumi vossa natureza, libertei-vos da escravidão do demônio, tornei-vos livre. O tesouro do Sangue, pelo qual a humanidade foi recriada, ficou sendo uma dívida. Entendes pois, como depois da Redenção, o homem tem maior obrigação para Comigo. Devem-Me glória e louvor. Uma dívida de amor para Comigo e o próximo, que é paga quando as pessoas seguem as pegadas do Meu Filho Unigênito, Palavra Encarnada, mediante as práticas das virtudes interiores... ... Ninguém escapará de Minhas Mãos. "Sou aquele que Sou" (Ex 3.14) e vós, vós não possuís a razão do próprio ser. Sois aquele que Eu fiz. Criei tudo o que participa do ser; somente o pecado não pro

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena - I

Parte I Inicio das Mensagens DEUS PAI Todos os sofrimentos que o homem suporta ou pode nesta vida são insuficientes para satisfazer pela menor culpa. Sendo Eu um bem infinito, a ofensa cometida contra Mim pede satisfação infinita. Desejo que o compreendas os males desta existência não são punições, mas correção a filho que ofende. Assim, a satisfação se dá pelo amor, pelo arrependimento e pelo desprezo do pecado. Esse arrependimento é aceito em lugar da culpa e do reato *, não pela virtude dos sofrimentos padecidos, mas pela infinitude do amor. Foi quando ensinou Paulo, ao afirmar: "Se eu falasse a língua dos anjos, adivinhasse o futuro, partilhasse os meus bens com os pobres, e entregasse meu corpo às chamas, mas não tivesse a caridade, tudo isso nada valeria". (1 Cor. 3,3). O glorioso apóstolo faz ver que os gestos finitos são insuficientes para punir ou satisfazer, sem a força da caridade. Como percebes, as mortificações são coisas finitas e como tais hão de ser praticadas

Deus Pai Fala à Seus filhos: Revelações à Santa Catarina de Sena -

Introdução Santa Catarina, por sua vida exemplar e pelo conhecimento adquirido de Deus e da Sua "visão" para com o mundo e a humanidade, constituiu-se em sua época em formidável instrumento da Providência Divina, para iluminar o mundo e a Igreja, tendo nesta desfrutado de enorme autoridade. Teve um intensa vida mística iniciada aos 6 anos de idade quando desfrutou de uma extraordinária visão de Jesus. Em 1370, aos 23 anos, passou por sua experiência mística mais importante, quando chegou a parecer morta por várias horas em um êxtase profundo no que foi acompanhada por diversas pessoas inclusive vários padres. Neste, conta o seu primeiro biografo e diretor espiritual, Frei Raimundo da Cápua, que ela posteriormente lhe teria revelado que sua alma havia sido retirada do seu corpo e levada à conhecer os mistérios divinos, e como se mostrasse contrariada em retornar ao corpo, o Senhor lhe disse: "Vês de quanta glória estão privados e com que tormentos sãs punidos aqueles que

Santa Catarina de Sena – carta 16: A sede de almas nos pastores

Para um importante prelado 1. Saudação e objetivo Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, reverendo e caríssimo pai [1] no Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo crucificado, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver sedento da salvação das almas para a glória de Deus. 2. A sede das almas em Jesus O primeiro mestre neste assunto é Jesus Cristo, que por sua sede da nossa salvação morreu na cruz. Nisto, o Cordeiro imaculado parece insaciável. Saturado de dores, clamou na cruz: “Tenho sede” (Jo. 19,28). Sem dúvida ele estava com sede corporalmente, mas bem maior era sua sede da salvação das almas. Ó inestimável caridade! Embora sofrendo muito, até parece que não sofres o suficiente; parece que não esgotas o desejo que tens de padecer. E de tudo, o impulso vem do amor! Já não me maravilho disso, pois teu amor era infinito, ao passo que a dor era finita. Eis por que o desejo de sofrer superava o martírio do corpo. 3. Instruções de

Cinco razões pelas quais não se devem pedir sinais sobrenaturais na oração

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Sta Teresa D'Avila, Doutora da Igreja, Mestra de Oração A primeira, porque é falta de humildade querer que se vos dê o que nunca haveis merecido, e assim creio que não terá muita quem o desejar; porque, assim como um pequeno lavrador está longe de desejar ser rei, parecendo-lhe impossível, porque não o merece, assim também o está o humilde de coisas semelhantes; e creio eu que estas coisas nunca se darão, porque, primeiro que faça estas mercês, dá o Senhor um grande conhecimento próprio. Pois, como entenderá, com verdade, que se lhe faz uma muito grande mercê em não estar já no inferno, quem tem tais pensamentos? A segunda, porque é muito certo ser enganado, ou estar muito em perigo de o ser; porque o demônio não precisa mais do que ver uma pequena porta aberta para fazer mil trapalhices. A terceira; que é a mesma imaginação, quando há um grande desejo, faz entender à própria pessoa que ela vê e ouve aquilo que deseja, tal como os que andam com vontade de um

Santa Teresa trata sobre os motivos pelos quais não devemos pedir gostos sobrenaturais na oração

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Primeiro, porque a primeira coisa, que para isto é mister, é amar a Deus sem interesse. Segundo, porque não deixa de ser um pouco falta de humildade pensar que, por nossos serviços miseráveis, se há-de alcançar coisa tão grande. Terceiro, porque a verdadeira preparação para isto é o desenho de padecer e de imitar ao Senhor e não o ter gostos, nós que, enfim, O temos ofendido. Quarto, porque Sua Majestade não está obrigado a dar-nos gostos, como o está a dar-nos a Glória se guardarmos os Seus mandamentos, pois, sem isto [os gostos], nos poderemos salvar, e Ele sabe melhor que nós o que nos convém e quem O ama de verdade. Assim é coisa certa, eu sei-o, e conheço pessoas que vão, pelo caminho do amor como se deve ir, só para servir a seu Cristo crucificado, que não só não Lhe pedem gostos nem os desejam, mas Lhe suplicam que não os dê nesta vida. Isto é verdade. A quinta, porque trabalharemos debalde, pois, como não se há-de trazer está água por aquedutos,

A bondade divina e a maldade humana - uso de uma comparação

Sta Teresa D'Avila Há um tipo de visão intelectual "na qual se lhe descobre [à alma] como em Deus se vêem todas as coisas, e Ele as tem todas em Si mesmo. E é de grande proveito, porque, ainda que passa num momento, fica muito gravada, e causa grandíssima confusão; vê-se mais claramente a maldade de quando oferecemos a Deus, porque no mesmo Deus - digo, estando dentro d'Ele - fazemos grandes maldades. Quero fazer uma comparação, se acertar, para vo-lo dar a entender, porque, embora isto seja assim e o ouçamos muitas vezes, ou não reparamos nisso, ou não o queremos entender, pois não parece que seria possível sermos tão atrevidos, se se entendesse tal como é. Façamos agora de conta que Deus é como uma morada ou palácio muito grande e formoso, e que este palácio, como digo, é o mesmo Deus. Pode porventura o pecador, para fazer suas maldades, apartar-se deste palácio? Não, por certo; senão que, dentro do mesmo palácio, que é o mesmo Deus, passam-se as abominações e d