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Mostrando postagens de outubro, 2017

EVÁGRIO PÔNTICO (345-397)

Vida e Pensamentos: Evágrio foi um monge, nascido por volta de 345, originário da Capadócia, em Ibora, no Ponto, e por isso ele é chamado de Pôntico. Passou dezesseis anos de sua vida no deserto do Egito, como anacoreta. Foi discípulo e amigo de São Gregório Nazianzeno. Evágrio conheceu bem cedo os três capadócios: São Basílio, São Gregório de Nissa e São Gregório de Nazianzo, sendo ordenado diácono por este último. Herdeiro dos grandes Padres Alexandrinos, Clemente e Orígenes, ele conduziu uma das grandes correntes da espiritualidade bizantina. Foram seus herdeiros, João Clímaco, Máximo, o Confessor, Simeão o Novo Teólogo, os Hesicastas… Evágrio foi implicado na condenação do origenismo em 553; alguns acham incômodo citá-lo, no entanto, ele penetra e está presente em toda parte. Para Evágrio a ascenção espiritual consiste em contemplar a Deus em si mesmo, de modo que se vê a Deus como num espelho. O caminho consiste em despojar-se dos pensamentos apaixonados, depois, mesmo dos p

O ESPÍRITO DE DEUS EM NÓS

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"Se temos o Espírito de Deus em nosso coração, viveremos pela sua lei de caridade sempre mais inclinados à paz do que a dissensões; mais à humildade do que à arrogância; mais à obediência do que à rebeldia; tendendo à pureza e temperança; à simplicidade, quietude e calma; à força, generosidade, sabedoria e prudência; à justiça que a tudo abraça; e amaremos os outros mais  do que a nós mesmos, porque este é o mandamento de Jesus: que amemos um ao outro como Ele nos amou (cf. Jo 15,12). Nada disso pode ser feito sem a oração, e o nosso primeiro movimento em tudo deve ser para a oração, não só para descobrirmos a vontade de Deus, mas, sobretudo, para ganharmos a graça de levá-la a termo, com toda a força do nosso desejo." Thomas Merton, "Homem Algum é uma Ilha", Verus 2003, pág. 65.

A ORAÇÃO

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“A oração é inspirada por Deus nas profundezas do nosso nada. Ela é o movimento de confiança, gratidão, adoração ou pesar, que nos coloca diante de Deus, vendo tanto a Ele como a nós mesmos à luz de sua verdade infinita e nos move a pedir-Lhe a sua misericórdia, a força espiritual, o auxílio material de que todos precisamos.” Thomas Merton - “Homem algum é uma ilha” Capítulo III Consciência, Liberdade e Oração” § 13.

POR QUE ORAMOS

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"Não oramos simplesmente para orar, e sim para sermos ouvidos. Não oramos para ouvir-nos orar, mas a fim de que Deus nos possa ouvir e responder. Tampouco oramos para receber apenas qualquer resposta: tem de ser a resposta de Deus." Thomas Merton, "Na Liberdade da Solidão", Vozes 2014, pág. 81.

HUMILDADE E SANTIDADE = CAMINHO PESSOAL E INTRANSFERÍVEL

"O homem humilde é capaz de ver com toda clareza que aquilo que é útil para ele pode ser inútil para outro e o que ajuda a outros a serem santos poderia arruiná-lo. Não é humildade insistir em ser algo que não se é... Como pode esperar chegar ao final da própria viagem se se toma o caminho que leva à cidade de outro? Como pode esperar alca nçar a própria perfeição levando a vida de outra pessoa? A santidade de outro nunca pode ser a própria; é preciso ter a humildade de realizar a própria vida em uma obscuridade em que se está absolutamente sozinho." Citação de Thomas Merton por Maria Luísa López Laguna, em "Thomas Merton, Uma vida com horizonte", Ed. Santuário, 2010, pág. 99.

COMUNHÃO DOS SANTOS

"Cristo orou para que todos fossem Um como ele e o Pai são Um, na Unidade do Espírito Santo. Quando, portanto, você e eu nos tornamos aquilo que estamos destinados a ser, descobrimos não apenas que nos amamos mutuamente com perfeição, mas que estamos ambos vivendo em Cristo e Cristo em nós e que somos todos Um em Cristo. E veremos que é ele que ama em nós. A perfeição última  da vida contemplativa não consiste num paraíso de indivíduos separados, atento cada qual à sua própria intuição particular de Deus; é um oceano de Amor que flui através do único Corpo de todos os eleitos, todos os anjos e santos, e a contemplação deles seria incompleta se não fosse partilhada ou se o fosse com menor número de almas ou com espíritos suscetíveis de menor visão e de menos alegria." Thomas Merton, Novas Sementes de Contemplação, Editora Fisus, 1999, pág. 70.

CAMINHAR O PRÓPRIO CAMINHO

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"Como esperar alcançar o fim de nossa viagem se tomamos o caminho que leva à cidade de outros? Como esperar atingir nossa própria perfeição, levando a vida de outros? A santidade deles jamais será a nossa. É necessário, portanto, haver humildade heroica para sermos nós mesmos e para não sermos nenhum outro senão o homem ou o artista que Deus nos destinou ser." Thomas Merton, "Novas Sementes de Contemplação", Fisus 1999, pág. 103. Foto: A ponte tibetana em Claviere, Piemonte, Itália.

As cruzes da Providência são as mais agradáveis a Deus

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"Se alguém quer vir atrás de mim, diz Nosso Senhor, tome a sua cruz e siga-me." Tomar a sua cruz significa receber e sofrer todas as nossas penas, contradições, aflições e mortificações, que nesta vida nos acontecem, sem exceção alguma, com uma inteira submissão e indiferença. Imolemos muitas vezes o nosso coração do nosso amor de Jesus Cristo sobre o próprio altar da cruz, onde Ele imolou o seu amor pelo nosso. A cruz, é a porta real para entrar no templo da santidade; aquele que a busca fora daí, não a encontra. As melhores cruzes são as mais pesadas e as mais pesadas são as que mais incomodam a parte inferior da alma. As cruzes que encontramos pelas ruas são excelentes, e ainda mais as que encontramos em casa, e quanto mais importunas melhores; valem mais do que as disciplinas, os jejuns e o mais que inventou a austeridade. É ai que resplandece a generosidade dos filhos da cruz e dos habitantes do Calvário. As cruzes que a nós mesmos impomos são inferiores, por s